Alguns versos não fazem sentido nem para quem os fez, existem só para confundir.
Tens flores, onde era para haver teus cachos?
Tens rubi, onde era para haver teus olhos?
És feita de pão e mel ou de cera fria?
Em verdade, em verdade, vos digo
À semelhança do barro do vaso de Maria, eu sou.
Tens rubi, onde era para haver teus olhos?
És feita de pão e mel ou de cera fria?
Em verdade, em verdade, vos digo
À semelhança do barro do vaso de Maria, eu sou.
Há vontades tão ocultas que só o oculto as revela. Diante de uma cegueira noturna, é permitido o que é proibido. É por isso que as pessoas gostam da noite, saem à noite, divertem-se insanas à noite e se acabam na escuridão. Quanto conceito para pouca teoria.
Tudo preto. Vermelho, verde e azul. Todas as cores ausentes em um só: preto. Sem luz, de que adianta? O sorriso não é sorriso e a chama é apagada. As coisas existem, mas só as vemos com luz.
E é por isso que eu gosto de ser luz. Não que eu faça existir algo, mas eu as mostro. Só vê, com luz (repito). Dessa vez, todas as cores absorvidas em um só: branco.
Tudo preto. Vermelho, verde e azul. Todas as cores ausentes em um só: preto. Sem luz, de que adianta? O sorriso não é sorriso e a chama é apagada. As coisas existem, mas só as vemos com luz.
E é por isso que eu gosto de ser luz. Não que eu faça existir algo, mas eu as mostro. Só vê, com luz (repito). Dessa vez, todas as cores absorvidas em um só: branco.
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Eu tenho uma correspondente. Nada de simetria, nada de horóscopo e nem alma-gêmea. Eu falo de cartas. É para ela que, nos dias de chuva, declaro minhas tristezas e quando tem muita música, descrevo tudo depois da festa.
Tanto faz se pouco sabemos uma da outra e se a passagem de lá pra cá custa um preço alto. O que nos interessa é a vontade de escrever para um alguém que irá ler cada minúscula letra grafada. E aí está o verbo principal de nossa história: ler.
A necessidade que um escritor tem de ser lido é imensa, mas dói quando não acontece. É melhor, então, nem pensar.
Costumávamos ser amigas íntimas. Assim, distantes pela geografia, ligadas pela literatura (e pela tecnologia, também!). Ainda somos. Não é preciso muitas palavras de consolo, apenas o relato da vida cotidiana mostra uma preocupação constante e uma necessidade mútua de saber como vai você.
E agora, ou mesmo depois, estou indo ao correio, com sorriso de-ponta-a-ponta, inserindo-me e encontrando-me cada vez mais no cenário de um filme romântico, que, com teor infantil, conta a história de um ser, vivente, brasileiro e que respira: eu.
Sempre quis fazer parte de um filme. Porque, para nós, a nova vida é tão sem graça ou extrema que não desperta tanto interesse quanto uma história, podendo até ser menos agitada, mas que foi contada num tom meigo e sedutor. Ao olhar de um cinegrafista...
Talvez para Cazuza a vida dele não fosse nada demais, mas, durante instantes, o filme tornou a minha vivência nula.
Um pouco embolada e apressada, tô tentando dizer que me orgulho da minha pequena correspondente. Aliás, ela parece uma boneca, mas vai para Londres ano que vem. E eu ficarei sem ninguém para desabafar meus futuros suspiros universitários.
De qualquer forma, o cep está guardado.
Tanto faz se pouco sabemos uma da outra e se a passagem de lá pra cá custa um preço alto. O que nos interessa é a vontade de escrever para um alguém que irá ler cada minúscula letra grafada. E aí está o verbo principal de nossa história: ler.
A necessidade que um escritor tem de ser lido é imensa, mas dói quando não acontece. É melhor, então, nem pensar.
Costumávamos ser amigas íntimas. Assim, distantes pela geografia, ligadas pela literatura (e pela tecnologia, também!). Ainda somos. Não é preciso muitas palavras de consolo, apenas o relato da vida cotidiana mostra uma preocupação constante e uma necessidade mútua de saber como vai você.
E agora, ou mesmo depois, estou indo ao correio, com sorriso de-ponta-a-ponta, inserindo-me e encontrando-me cada vez mais no cenário de um filme romântico, que, com teor infantil, conta a história de um ser, vivente, brasileiro e que respira: eu.
Sempre quis fazer parte de um filme. Porque, para nós, a nova vida é tão sem graça ou extrema que não desperta tanto interesse quanto uma história, podendo até ser menos agitada, mas que foi contada num tom meigo e sedutor. Ao olhar de um cinegrafista...
Talvez para Cazuza a vida dele não fosse nada demais, mas, durante instantes, o filme tornou a minha vivência nula.
Um pouco embolada e apressada, tô tentando dizer que me orgulho da minha pequena correspondente. Aliás, ela parece uma boneca, mas vai para Londres ano que vem. E eu ficarei sem ninguém para desabafar meus futuros suspiros universitários.
De qualquer forma, o cep está guardado.
Estou de saco cheio, de novo. Até o final do ano, ou o ínicio do próximo. O vestibular tá sendo um fardo tão pesado que tô ficando mais torta que o normal.
Tá, mas hoje vou falar sobre redação. A coisa mais ridícula do vestibular é a redação. Na verdade, eu tô afim é de criticar.
Porque me pedem para resumir uma opinião, uma história bombástica, uma crítica, representativa, brilhante e imprevisível em 20 linhas. As belas e tortuosas vinte linhas.
É, claro que ninguém vai exigir que você seja um escritor brilhante, mas em se tratando de gramaticidade, coesão e coerência, parágrafo, vírgula e adequação ao tema... Bem, isso qualquer um faz. Haha.
Porque afinal, os melhores textos e livros foram breves e curtos, certo? Não, errado de novo. Só "Os Lusíadas" tem 1.102 estrofes, a menor edição de "Dom Casmurro" que já ouvi dizer tinham 180 páginas. "Ensaio sobre a cegueira"? 300, 200 páginas, não importa. Os contos de Rubem Fonseca em "Feliz Ano Novo" tinham pelo menos duas páginas, cada.
Não, não tô dizendo que um texto bom deve ser longo. Deus me livre. Mas exigindo tanta coisa, eu precisaria de, pelo menos, dez linhas a mais.
Aí a minha professora de redação, uma fofis por sinal, me dá nota máxima numa redação que achei sem graça, rápida, bruta e tosca (?). É.
Imagino é que a banca de correção deve vigiar os pré-vestibulandos, idealizando planos maléficos, rindo, tomando café com o dedo mindinho levantado e rindo mais ainda, com um raio do mal atrás, para enfatizar a maldade. Um ciclo.
Voltando ao assunto: a redação. Algumas pessoas dizem que escrevo bem e eu quero escrever bem. Quero ser uma jornalista de excelência, mas a redação do vestibular é um monstro e destrói todas as nossas espectativas.
Se eu fosse escrever para um jornal, para uma coluna ou mesmo uma carta eu sei, nada de vinte linhas, nada de modelo pronto, nada disso. Tudo criativo.
"Ah, mas é isso mesmo que eles querem avaliar, seu potencial de desenvolver uma redação em..." Ah, me poupe, né? Porque eu faço o que posso e me exigem um machado de assis, um veríssimo. Ou quando dou uma de machado, me exigem um aluno do ensino médio.
É tudo proposital, mas sentido? Não tem.
E outra, que nome horrível, né? Nunca que Suassuna iria fazer uma redação, não. Ele conta, ele escreve textos, escreve história!
Ah, se Clarice tivesse vivido no meu ano de vestibular. Ah, se Cazuza fosse ter que entrar na universidade pra ter conseguido seu valor. Ah, vida cruel.
Tá, mas hoje vou falar sobre redação. A coisa mais ridícula do vestibular é a redação. Na verdade, eu tô afim é de criticar.
Porque me pedem para resumir uma opinião, uma história bombástica, uma crítica, representativa, brilhante e imprevisível em 20 linhas. As belas e tortuosas vinte linhas.
É, claro que ninguém vai exigir que você seja um escritor brilhante, mas em se tratando de gramaticidade, coesão e coerência, parágrafo, vírgula e adequação ao tema... Bem, isso qualquer um faz. Haha.
Porque afinal, os melhores textos e livros foram breves e curtos, certo? Não, errado de novo. Só "Os Lusíadas" tem 1.102 estrofes, a menor edição de "Dom Casmurro" que já ouvi dizer tinham 180 páginas. "Ensaio sobre a cegueira"? 300, 200 páginas, não importa. Os contos de Rubem Fonseca em "Feliz Ano Novo" tinham pelo menos duas páginas, cada.
Não, não tô dizendo que um texto bom deve ser longo. Deus me livre. Mas exigindo tanta coisa, eu precisaria de, pelo menos, dez linhas a mais.
Aí a minha professora de redação, uma fofis por sinal, me dá nota máxima numa redação que achei sem graça, rápida, bruta e tosca (?). É.
Imagino é que a banca de correção deve vigiar os pré-vestibulandos, idealizando planos maléficos, rindo, tomando café com o dedo mindinho levantado e rindo mais ainda, com um raio do mal atrás, para enfatizar a maldade. Um ciclo.
Voltando ao assunto: a redação. Algumas pessoas dizem que escrevo bem e eu quero escrever bem. Quero ser uma jornalista de excelência, mas a redação do vestibular é um monstro e destrói todas as nossas espectativas.
Se eu fosse escrever para um jornal, para uma coluna ou mesmo uma carta eu sei, nada de vinte linhas, nada de modelo pronto, nada disso. Tudo criativo.
"Ah, mas é isso mesmo que eles querem avaliar, seu potencial de desenvolver uma redação em..." Ah, me poupe, né? Porque eu faço o que posso e me exigem um machado de assis, um veríssimo. Ou quando dou uma de machado, me exigem um aluno do ensino médio.
É tudo proposital, mas sentido? Não tem.
E outra, que nome horrível, né? Nunca que Suassuna iria fazer uma redação, não. Ele conta, ele escreve textos, escreve história!
Ah, se Clarice tivesse vivido no meu ano de vestibular. Ah, se Cazuza fosse ter que entrar na universidade pra ter conseguido seu valor. Ah, vida cruel.
Fiquei meio, ou talvez completamente, sem rumo. Perdida, à beira do rio. Apertada para ir ao banheiro, pensando em nada. Foi o mês de Abril. Que mês vazio, cheio de exercícios de vestibulares, mudanças bruscas e intervenções do fabuloso e admirável MEC.
Estudar e estudar. É o que estou fazendo. Vivendo a agonia de ser pré-vestibulando. Pensei que nunca fosse chegar e agora parece uma eternidade, que passa voando. Não tem figura de linguagem, só vida.
E agora, depois de me sentir corroída por lutar pelas 60 questões - que nunca, ninguém as acertou cem por cento - , o filho de uma linda mãe, o ministro da "educação" vem e me dá duzentas questões (+ redação). Eu dou conta, claro. Mas só porque me foi imposto. Os veteranos não ligam, os pais não ligam, o governo prefere, os professores aceitam, os mais novos nem sabem e nós, vítimas, onde estamos nessa história toda?
A tortura que era, agora parece ter aumentado. Como disse Veríssimo, por que não mandar todos para uma floresta no meio do nada? "Seria mais humano". Foi um choque e não sabia se era bom ou ruim, até agora não sei. Me sinto um rato de laboratório. Cobaia dessa decisão.
O reitor da UFES nem ia aceitar esse negócio esse ano, mas aí o amado ministro oferece o DOBROOO de money. O dobro. Que isso, até eu aceitava. Nas condições que a UFES se encontra, qualquer coisa a mais é lucro e alto. Super avit.
Recapitulando: O MEC, depois de tantas idiotices, tenta fazer algo legal, mudando a prova do ENEM para 200 questões, mais complicadinhas. Agora aborda mais conteúdo, de um jeito mais disfarçado. (Convenhamos, que antes a prova era ridícula, só para estatística e pronto).
Há um fato nessa situação, que pensei que a galera que cuida da "educação" do país não fosse se ligar: o vestibular DEVE mudar. Mas como? Ah cara, eles são pagos para isso. Beleeeeeeza, beleza.
Mas só para esclarecer, esse novo "ENEM" poderá ser usado de quatro formas, uma delas é usar um percentual da nota da prova para a aprovação na primeira fase, como a UFES, meu Deus, já faz! Só aumentar o percentual, a gente faz 260 questões objetivas, 4 redações e 10 questões discursivas (Só para entrar na universidade)!! Genial. Isso, com certeza, vai dar mais oportunidades à todos.
Eu tô falando sério: vou me manifestar.
Estudar e estudar. É o que estou fazendo. Vivendo a agonia de ser pré-vestibulando. Pensei que nunca fosse chegar e agora parece uma eternidade, que passa voando. Não tem figura de linguagem, só vida.
E agora, depois de me sentir corroída por lutar pelas 60 questões - que nunca, ninguém as acertou cem por cento - , o filho de uma linda mãe, o ministro da "educação" vem e me dá duzentas questões (+ redação). Eu dou conta, claro. Mas só porque me foi imposto. Os veteranos não ligam, os pais não ligam, o governo prefere, os professores aceitam, os mais novos nem sabem e nós, vítimas, onde estamos nessa história toda?
A tortura que era, agora parece ter aumentado. Como disse Veríssimo, por que não mandar todos para uma floresta no meio do nada? "Seria mais humano". Foi um choque e não sabia se era bom ou ruim, até agora não sei. Me sinto um rato de laboratório. Cobaia dessa decisão.
O reitor da UFES nem ia aceitar esse negócio esse ano, mas aí o amado ministro oferece o DOBROOO de money. O dobro. Que isso, até eu aceitava. Nas condições que a UFES se encontra, qualquer coisa a mais é lucro e alto. Super avit.
Recapitulando: O MEC, depois de tantas idiotices, tenta fazer algo legal, mudando a prova do ENEM para 200 questões, mais complicadinhas. Agora aborda mais conteúdo, de um jeito mais disfarçado. (Convenhamos, que antes a prova era ridícula, só para estatística e pronto).
Há um fato nessa situação, que pensei que a galera que cuida da "educação" do país não fosse se ligar: o vestibular DEVE mudar. Mas como? Ah cara, eles são pagos para isso. Beleeeeeeza, beleza.
Mas só para esclarecer, esse novo "ENEM" poderá ser usado de quatro formas, uma delas é usar um percentual da nota da prova para a aprovação na primeira fase, como a UFES, meu Deus, já faz! Só aumentar o percentual, a gente faz 260 questões objetivas, 4 redações e 10 questões discursivas (Só para entrar na universidade)!! Genial. Isso, com certeza, vai dar mais oportunidades à todos.
Eu tô falando sério: vou me manifestar.
HUNF!
eu estou tentando crescer no tempo certo. não sou famosa. não tenho talentos incríveis. não sou prodígio. não corro demais, nem de menos. não escrevo bem, não desenho bem. tenho boa oratória, mas não me vendo. estou só de passagem. eu não sei nada de espetacular. esqueço datas importantes, esqueço datas piquirruchas. almoço frango, cozinho batata. não tenho nada demais. só sei o que me ensinam. aprendo com a vida. teoria pra mim é papo furado, mas gosto de saber. não faço o que não é para eu fazer, só o que quero. gosto de crescer, acho normalíssimo (se é que existe esse superlativo). não estou fazendo anúncio, só me conhecendo.
vivo amando e basta. conhecimento ou não: amo-me. sou exageradamente romântica. prefiro assim, a saber toda história sem amor. falo demais, falo o que não tem para falar. invento teses no momento da fala, depois desenvento. não tenho tantas oportunidades, quanto queria. meu tempo tá chegando. para elas veio cedo.
rôo unha, sou torta (não-comestível). tenho manias. adoro pintar o cabelo, ser diferente. bomba-relógio: eu. indecisa-decidida (haha). detesto meu cabelo, meu sorriso e meus pés. estudo muito. leio menos do que eu queria.
não sou doente: tiro meleca, arroto e solto pum... nas horas certas, claro. sou separada para Deus, ou melhor, santa. creio. não sou hipócrita. sou muito sincera. expressiva. intensa. exagerada.
não discrimino. talvez tenha algum preconceito, é claro. poucos, pouquíssimos. não sou ninguém de se admirar. não sou culta, não sou nerd. mas acredito, verdadeiramente, que a minha humildade me revela.
tenho cabeça aberta, defendo minhas verdades e as divulgo. sei persuadir. sou legal, mas não boba. se tiver que falar, eu falo. mas evito tratar as pessoas mal. não importa o que aconteça.
não sei manter amizades, mas vivo correndo atrás. estrago tudo, sem querer. quero-sem-poder. eterna criança em fase de crescimento. brasileira fiel. eu sou e mais...
vivo amando e basta. conhecimento ou não: amo-me. sou exageradamente romântica. prefiro assim, a saber toda história sem amor. falo demais, falo o que não tem para falar. invento teses no momento da fala, depois desenvento. não tenho tantas oportunidades, quanto queria. meu tempo tá chegando. para elas veio cedo.
rôo unha, sou torta (não-comestível). tenho manias. adoro pintar o cabelo, ser diferente. bomba-relógio: eu. indecisa-decidida (haha). detesto meu cabelo, meu sorriso e meus pés. estudo muito. leio menos do que eu queria.
não sou doente: tiro meleca, arroto e solto pum... nas horas certas, claro. sou separada para Deus, ou melhor, santa. creio. não sou hipócrita. sou muito sincera. expressiva. intensa. exagerada.
não discrimino. talvez tenha algum preconceito, é claro. poucos, pouquíssimos. não sou ninguém de se admirar. não sou culta, não sou nerd. mas acredito, verdadeiramente, que a minha humildade me revela.
tenho cabeça aberta, defendo minhas verdades e as divulgo. sei persuadir. sou legal, mas não boba. se tiver que falar, eu falo. mas evito tratar as pessoas mal. não importa o que aconteça.
não sei manter amizades, mas vivo correndo atrás. estrago tudo, sem querer. quero-sem-poder. eterna criança em fase de crescimento. brasileira fiel. eu sou e mais...
I may change, because I have to change. It's not because of you. I wake up every morning, knowing in that day, i will change. That's the way, life goes on.