"Sabe o que eu acho? Na verdade, eu não acho muita coisa. Tenho perdido tudo, ultimamente. Por tudo quanto é canto uma canção assim tão leve. Que, de pesado, só o meu passo. E passei tantas vezes. A vez, a voz. Gritando tão alto que despenquei naquele abismo profundo como o que tentei dizer, enquanto caía. Mas, quando percebi, fora só um pequeno tropeço. Do tamanho de uma joaninha, que tentava voar. Subindo, subindo, sumindo no mundo. Eu a corrigi: "É globo". Mundo é aquela coisinha que tem um milhão daqueles bichos verdes... Corajosos (o pensamento escapou). Mas Globo é aquela bola enorme que a gente brinca na piscina quando é criança. Faz muito mais sentido desse jeito. Aliás, tudo está bem mais claro, agora. Claro o suficiente para enxergar o horário, o tempo, o real".
Cada dia que passa
Eu escrevo menos
Menos palavras
Com menos pressa
Eu escrevo menos
Menos palavras
Com menos pressa
Probrezinha, se enrolou na própria maldade
Sem malícia, acreditou que não cairia
E, talvez, imagino que tenha pensado
Quando lhe disseram cuidadosamente "Cuidado":
Ah, se o meu coração é enganoso
É nesse caminho que irei me perder
Sem malícia, acreditou que não cairia
E, talvez, imagino que tenha pensado
Quando lhe disseram cuidadosamente "Cuidado":
Ah, se o meu coração é enganoso
É nesse caminho que irei me perder
Você que foi de unir apaixonados. Você que foi de arrancar suspiros. Você que foi de partir corações cansados. Você que foi de chorar um coração partido que, para sempre, se foi. Você que tinha alguns, mas não queria. Você que sorria e não queria. Você que foi desejada. Você que foi amada e tocada. Você que foi invadida. Você que gostou e não recebeu. Você que tinha muitos, mas quem queria, amava calada. Você que foi cobiçada e agora, como eu, já não tem a quem amar [Só se for na surdina]. Um amor inventado (para se ter quem amar) escondido num coração cansado.