Adeus, dor
Juarema, no meu galho, uma vez pulou
Parecia uma macaca, mas sem fibra e nem cor
Tinha dois olhos grandes, se não era uma coruja
Tinha dentes afiados, chamei-a bicho do mato
Era todo dia assim, Juarema se despia
E sem dó nem piedade, como diz minha tia Binha
A malvada maltratava.
Que um dia eu disse assim:
-Cabra meu, pegue a espingarda
Que essa doida não fica mais
E se ajunte mais dez guardas
Pra acabar com essa safada!
Quando viu os cangaceiros
Juarema recuou, como bicho indefeso
- Ô bicho homem,
Se como cristo tem compaixão
Me deixe viver, eu vou me aquietar
Mas pro inferno não vou, não!
Compaixão como a de Cristo
Ninguém nuna há de ter
Mas seus olhos tão bonitos
Me fizeram entender
A paz veio morar comigo
Juarema estava lá
Acanhada e escondida
Como um cão, fez-se acalmar
As notícias não eram muitas
Mas a paz há de reinar.
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