Sobre querer partir sem ter que abandonar

E se eu comprar uma passagem só de ida para alguma outra cidade? Não, isso não é uma ameaça. Nem tampouco alguma forma egoísta para ouvir coisas boas ao meu próprio respeito. É só a pergunta que eu tenho me feito todos os dias antes de dormir.

Tenho pensado em abandonar tudo o que ajudei a construir, só para começar a ajudar a construir outras coisas.

E, volta e meia, chegam aos meus ouvidos casos de amigos, amigas, conhecidos e primos dos amigos que foram e ficaram por lá. Como se fosse fácil ir, como se fosse fácil permanecer. Como se fosse fácil não cansar. De novo e de novo.

E todas as noites me faço imaginar como será, ou como seria, quando eu largar, ou se eu largasse tudo, tudo.

Por que eu ainda estou aqui?, me perguntei dia desses.
Ontem mesmo, eu me respondi: meu medo é ir e, bom, não voltar mais.

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