despedida

a cidade em que cresci
pequena sin city
meu lamento e minha Vitória
suas ruas, veias abertas,
foram, outrora, minha redenção
mas, agora, tudo me é sufoco
tudo me sufoca
as verdades que me lembram
as verdades pintadas nos muros
com sangue
as verdades que já sei
e as que tento não lembrar
e que você, querida ilha, não me deixa esquecer
crimes, brigas, assaltos, intrigas
medo marcado na derme da alma
na epiderme
minha pequena gotham
o feio e o belo andam juntos
lembro das tardes nos parques
dos sorrisos aos domingos
dos banhos de mar
dos beijos, do amor
você me mostrou a vida
e, não sem dor, me ensinou a viver
agora, querida, me lanço na história
velando teus segredos, tua magia
chorando teus mortos, tua desgraça
pra te dizer o que o poeta disse antes de mim:
deixe-me ir, preciso andar

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