Abril despedaçado

Fiquei meio, ou talvez completamente, sem rumo. Perdida, à beira do rio. Apertada para ir ao banheiro, pensando em nada. Foi o mês de Abril. Que mês vazio, cheio de exercícios de vestibulares, mudanças bruscas e intervenções do fabuloso e admirável MEC.
Estudar e estudar. É o que estou fazendo. Vivendo a agonia de ser pré-vestibulando. Pensei que nunca fosse chegar e agora parece uma eternidade, que passa voando. Não tem figura de linguagem, só vida.
E agora, depois de me sentir corroída por lutar pelas 60 questões - que nunca, ninguém as acertou cem por cento - , o filho de uma linda mãe, o ministro da "educação" vem e me dá duzentas questões (+ redação). Eu dou conta, claro. Mas só porque me foi imposto. Os veteranos não ligam, os pais não ligam, o governo prefere, os professores aceitam, os mais novos nem sabem e nós, vítimas, onde estamos nessa história toda?
A tortura que era, agora parece ter aumentado. Como disse Veríssimo, por que não mandar todos para uma floresta no meio do nada? "Seria mais humano". Foi um choque e não sabia se era bom ou ruim, até agora não sei. Me sinto um rato de laboratório. Cobaia dessa decisão.
O reitor da UFES nem ia aceitar esse negócio esse ano, mas aí o amado ministro oferece o DOBROOO de money. O dobro. Que isso, até eu aceitava. Nas condições que a UFES se encontra, qualquer coisa a mais é lucro e alto. Super avit.
Recapitulando: O MEC, depois de tantas idiotices, tenta fazer algo legal, mudando a prova do ENEM para 200 questões, mais complicadinhas. Agora aborda mais conteúdo, de um jeito mais disfarçado. (Convenhamos, que antes a prova era ridícula, só para estatística e pronto).
Há um fato nessa situação, que pensei que a galera que cuida da "educação" do país não fosse se ligar: o vestibular DEVE mudar. Mas como? Ah cara, eles são pagos para isso. Beleeeeeeza, beleza.
Mas só para esclarecer, esse novo "ENEM" poderá ser usado de quatro formas, uma delas é usar um percentual da nota da prova para a aprovação na primeira fase, como a UFES, meu Deus, já faz! Só aumentar o percentual, a gente faz 260 questões objetivas, 4 redações e 10 questões discursivas (Só para entrar na universidade)!! Genial. Isso, com certeza, vai dar mais oportunidades à todos.
Eu tô falando sério: vou me manifestar.



HUNF!

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