Futuro da Humanidade II

04 de fevereiro de 2065

Mais um dia acordei. Quer dizer, espero ter acordado. Ilusão e realidade se confundem nesse lugar. É o fim. Tudo tão trágico, começo a perder a capacidade de identificar cores. Cada vez mais preto e branco. Preto no branco. Agora todos podem entender, pois todos vivem essa miséria. Os republicanos podem ver, digo, sentir que suas decisões tão encobertas os levaram ao abismo. E que abismo. Tyran a cada dia desrespeita o mundo. Tento imaginar sua concepção de mundo e humanidade, o cara é louco (Ainda sei gírias!). Penso que sua mansão deve ser de ouro, ouro branco. Dourado já nem vejo.
Porém, hoje manifestou-se em mim algo que não sentia há muito tempo: fui me pesar. Estava preocupada comigo mesma. Estranho. 40 Kilos. Achei absurdo, mas de tanto absurdo ficou normal. Solidão, vícios, suicídio, incesto, protituição... Tanto faz, era tudo normal. Forcei e consegui me lembrar daquele ditado que minha avó dizia: uma mentira repetida muitas vezes, torna-se verdade. Acho que era isso e se não fosse, virou.
Olho da janela e imagino quem pode estar vivendo bem. Tyran e seus aliados, os governantes dos outros continentes. Lembrei-me dos assuntos de minha avó, daquela alegria pela descoberta de mil e uma tecnologias que nem sei mais o nome. Músicas, tudo moderno. Sociedade aceitando de tudo. É passado. Esperança foi embora, junto com o senso crítico, junto com a vida.
Nem sei que data era, ou se estava perto de algum dia que costumava ser festivo, mas a vontade de estar em família me dominou. acabei por encarar uma velha fotografia, que enquadrava minha velha infância, minha velha família. Meu velho mundo.
Parece que tenho cem anos. Quanta coisa mudou.

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