prosa à toa

eu era, então, um grande céu azul

sentia-me tão perto,
mas era capaz de me ver
ali, sonhando, sorrindo
como quem ama por tempo integral
eu estava acima de mim
soltei o verso, digo, o verbo
eles riram
como os magnatas tomam whisky
os pobres, conhaque
e riem da vida ganha, da vida maldita
eu, como quem perdeu a aposta,
encolhi-me que até diminui
tornei-me, assim, um pequeno vagalume
via tudo
ouvia tudo
sabia de tudo
mas era pouca a minha luz
tentei, numa ideia estúpida, reverter o efeito
pra quê. pra quê?
serei pequena, se o mundo quiser
mas enorme, enquanto não puder controlar
o meu guidom.

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