se me perguntarem se doi esculpir meu próprio eu, direi que dói tanto quanto ignorá-lo.

atinei para os meus desejos quando dei de cara com meu próprio limite como quem se estrepa de cara na parede. me estrepei no meu desejo. meu limite é meu desejo, então, conclui. o que nem sempre é assim tão visível é o que é que se deseja. é fácil confundir desejo com medo. pelo menos pra mim que sempre tive no amor um pouco de medo também. um pouco de falta, um pouco de desespero, negligência, insegurança. 

sorte de quem sabe dizer do seu próprio desejo. saber desenhá-lo, esculpi-lo. ser artista de quem se é. talvez viver seja exatamente isso, esculpir a si mesmo. para que a maturidade dos dias venha cortando o excesso de tempo, de abandono, de medo. até que fiquemos puramente assim, puramente nós. nus com nossos desejos. e de repente rir de susto ao notar quem é que somos embaixo de todo esse caos disforme do tempo que finge nos proteger de tudo. 

se me perguntarem se doi esculpir meu próprio eu, direi que dói tanto quanto ignorá-lo. e que dor e felicidade podem coexistir. e que felicidade é poder ser quem se é. e que só é feliz quem entende dos próprios desejos, quem esculpe seu próprio eu. 

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